Antropologia: encontrado no México esqueleto humano mais antigo das Américas.
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Um grupo de cientistas e de mergulhadores encontrou o mais antigo esqueleto humano das Américas. O esqueleto é de uma jovem, com aproximadamente 16 anos, e foi encontrado em uma caverna inundada da Península de Iucatã.
Crânio de Naia Fonte: BBC |
Batizado de Naia, o esqueleto tem uma idade aproximada de 12 a 13 mil anos. Segundo a pesquisadora do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), Pilar Luna Erreguerena, o esqueleto é o elo que faltava para confirmar o vínculo entre os primeiros habitantes da América e os grupos de indígenas do continente.
A especialista acrescentou que os estudos genéticos permitem confirmar sua linhagem asiática Beringio (em referência à ponte terrestre que existiu durante diferentes eras glaciais no que hoje é o Estreito de Bering) e está vinculada com migrações siberianas de um grupo que desenvolveu mudanças de adaptação ao novo meio.
Segundo a arqueóloga, este descobrimento coloca o México em "uma posição extraordinária" em relação às pesquisas para esclarecer o vínculo existente entre os primeiros habitantes da América e os grupos indígenas atuais.
A especialista acrescentou que a idade do esqueleto foi confirmada também com estudos de sementes, carvão, fezes de morcego fruteiro e outros restos localizados no lugar, assim como pelas mudanças no nível do mar na era de gelo.
Além do esqueleto de Naia, foram achados restos de 26 mamíferos correspondentes a 11 espécies do Pleistoceno Tardio, entre elas um tigre dentes de sabre.
O paleontólogo americano James C. Chatters, autor principal do artigo que ainda será publicado na revista "Science", destacou que as excelentes condições de conservação do esqueleto, com crânio e dentadura em bom estado, permitiram realizar as análises e conseguir "uma data tão precisa".
"Hoyo Negro é uma cápsula de tempo que conservou a informação sobre o clima e a vida humana, animal e vegetal que existiam no final da última era de gelo", acrescentou.