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Brasil possui engenheiros em quantidade segundo suficiente, segundo IPEA.

Agora que o Brasil vive um período auspicioso de desenvolvimento, a disponibilidade de mão de obra qualificada em ciência e tecnologia, especialmente de engenheiros, é uma questão que vem ocupando o centro das discussões em setores empresariais e governamentais, com a devida repercussão na mídia. Daí, o oportunismo do seminário “Contexto e dimensionamento da formação de engenheiros e pessoal técnico-científico: evolução recente e cenários para 2020”, promovido pelo Centro de Estudos Avançados (CEAv) da Unicamp, através do seu Grupo de Estudos em Ensino Superior. Os pesquisadores Paulo A. Meyer M. Nascimento e Rafael H. Moraes Pereira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), foram os palestrantes convidados para o encontro da tarde de quarta-feira, no auditório do Instituto de Geociências (IG). Nos últimos dez anos, tem havido um grande salto na formação de engenheiros. Todos os indicadores são crescentes: número de vagas, de cursos, de candidatos aos vestibulares, de ingressantes nas universidades e também de concluintes. Mantida essa tendência, não vemos para os próximos dez anos um problema quantitativo, ou seja, o risco de faltar pessoas diplomadas em engenharia”, adiantou Paulo Nascimento, momentos antes da palestra.

Entretanto, Nascimento atentou para outras hipóteses, como o nível de qualificação do engenheiro, a incapacidade do estudante em concluir o curso (por carência até de educação básica), a possível falta de mão de obra em determinadas especialidades e a localização espacial. “Os números que vamos apresentar não mostram carência quantitativa em nível nacional, mas a formação de engenheiros pode estar concentrada em algumas regiões, em detrimento de outras que passem a contar com investimentos produtivos”.

Rafael Pereira, por sua vez, comentou sobre a aventada necessidade de um plano emergencial de “importação” de engenheiros para assegurar a execução de tantas obras planejadas para o Brasil na década que começa. “Também vamos apresentar esses dados. O número de engenheiros estrangeiros vem crescendo um pouco desde 2001. Mas ainda não ultrapassa o nível de contratados no início da década de 90 e, proporcionalmente aos brasileiros, é ainda um número muito pequeno. Por isso, pensar na hipótese de importação desses profissionais seria acupuntura, algo realmente pontual, para um ou outro setor”.

Segundo Pereira, outro indicador de que não haverá uma escassez crônica e generalizada desta mão de obra qualificada é o grande contingente de engenheiros formados que trabalham em outras áreas. “Existe ainda muita gordura a ser queimada, composta por aqueles que poderiam retornar às atividades de origem. Isso vai depender de quanto tempo estão fora, pois um engenheiro que trabalha há muitos anos em finanças, dificilmente será empregado novamente, por exemplo, na construção civil”.

Paulo Nascimento informou que mais um indicador crescente percebido nas pesquisas do IPEA é referente aos salários. “Existe um avanço salarial, que pode ser decorrente de um mercado aquecido: não havendo muitos profissionais desempregados, temos um cenário de escassez que eleva a remuneração. Mas, avaliando os dados, é bem possível que parte desta evolução represente também uma recuperação salarial, pois as décadas de 80 e 90 foram muito ruins para os engenheiros, com a desvalorização da profissão. Além disso, os salários estão crescendo de maneira geral”.
As informações são do site da Unicamp.

Postado por EVANDRO MARQUES no(a) quinta-feira, 29 de setembro de 2011 às 21:15. Categoria: . Você pode acompanhar quaisquer respostas a esta postagem através do RSS 2.0. Fique à vontade para deixar um comentário.

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