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Sítio arqueológico revela história de povos indígenas do Amapá

Estudos realizados no sítio arqueológico do Rego Grande, no munícipio de Calçoene (a 390 km de Macapá - AP) vêm revelando muito sobre a história e cultura dos indígenas que habitaram o Amapá há mais de 1.000 anos.

Foto: Arquivo Iepa
A estrutura circular tem cerca de 30 metros de diâmetro, todos organizados no topo de uma colina. Pelo formato e disposição das pedras, os pesquisadores chegaram à conclusão de que elas foram empilhadas manualmente, mas ainda não se conhece quais as técnicas usadas no desenvolvivemento deste trabalho. “A primeira vez que estivemos no local ficamos muito impressionados com toda estrutura. Notamos o alinhamento de algumas pedras com o sol no período do solstício e percebemos que lá não era um sítio comum”, disse a arqueóloga do Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), Mariana Cabral. 

No Brasil, há poucos estudos sobre sítios do tipo. O local é curioso principalmente pelo fato astronômico do alinhamento das rochas com o sol nos solstícios de inverno e verão e por localizar-se na Amazônia, onde há somente alguns registros de blocos de pedras alinhados, mas não de megálitos com o tamanho dos encontrados em Calçoene. No local foi encontrado um poço funerário de dois metros de profundidades com urnas que indicam ser das autoridades das tribos.

As pesquisas também revelam que o local servia para realização de atividades dos povos indígenas que habitaram a região do Amapá há mais de mil anos. Foram encontrados poços funerários de mais de dois metros de profundidade. “O espaço era uma espécie de sítio cemitério. E pela quantidade de urnas mortuárias encontradas percebemos que não era para toda a tribo, devia ser para as lideranças. As pesquisam revelam também que era um local de oferenda e que, em algum momento especial, várias tribos se reuniam no local, seja para enterrar seus mortos, realizar alguma festa ou até mesmos construir toda a estrutura do local”, contou a arqueóloga Mariana. 

A pesquisadora destacou a importância de estudar locais como este. “Nós conhecemos muito da história depois da chegada dos portugueses no Brasil, mas é de grande importância conhecer a história do nosso povo indígena. Conhecendo o passado podemos conhecer quais as formas de morar na Amazônia, e de ser menos destrutivo. De certa forma, olhar para o passado nos ensina quais os caminhos seguir para o futuro”, concluiu.

As informações são do portal da Amazônia.

Postado por EVANDRO MARQUES no(a) quarta-feira, 23 de maio de 2012 às 17:43. Categoria: , . Você pode acompanhar quaisquer respostas a esta postagem através do RSS 2.0. Fique à vontade para deixar um comentário.

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