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Mosquito transgênico contra a dengue é liberado pela CNTBio.

Foi aprovado em 10 de abril pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, por 16 votos a 1, o pedido de liberação comercial de mosquitos transgênicos contra a dengue, desenvolvidos por uma empresa britânica, chamada Oxitec.

Mosquitos transgênicos sendo preparados
Foto: Celso Júnior / Estadão / 2011
Os mosquitos são geneticamente modificados para serem estéreis, de modo que, ao copularem com as fêmeas de Aedes aegypti na natureza, bloqueiam a reprodução da espécie. Testes realizados em dois bairros da cidade de Juazeiro, na Bahia, resultaram em uma redução de até 90% do número de insetos transmissores da dengue nessas localidades.

A CTNBio atesta que os mosquitos transgênicos são seguros, tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente, autorizando a empresa a buscar o registro comercial para colocá-los no mercado — o que deverá ocorrer nos próximos meses. A Oxitec já tem uma fábrica pronta para entrar em operação em Campinas, com capacidade para produzir 2 milhões de mosquitos transgênicos por semana, além de uma parceria com a empresa brasileira Moscamed, com sede em Juazeiro, que produziu os mosquitos para os testes de campo na Bahia.

“Estamos muito satisfeitos com a aprovação”, disse ao Estado o diretor global de desenvolvimento de negócios da Oxitec, Glen Slade. “Vencemos uma etapa fundamental, mas é só o início de um trabalho muito grande”, completou ele, ressaltando que ainda não está claro em qual ministério a empresa deverá solicitar o registro de comercialização. Por ser o primeiro produto desse tipo aprovado no País — e no mundo –, não há um trâmite já estabelecido para isso. O mais provável é que o processo passe pela Anvisa. “Seja como for, a aprovação pela CTNBio significa que devemos continuar a investir no Brasil”, observa Slade. O objetivo da empresa é ter várias fábricas de mosquitos espalhadas pelo País, para atender a demandas localizadas com mais eficiência. Os mosquitos são frágeis e não podem viajar longas distâncias, por isso é importante que as fábricas estejam próximas das cidades que eventualmente serão atendidas pelo serviço.


Os mosquitos transgênicos da Oxitec têm um gene a mais em seu DNA que faz com que seus descendentes morram antes de chegar à fase adulta, ainda no estágio de larva. Apenas mosquitos machos são produzidos, pois são apenas as fêmeas que picam as pessoas e transmitem a dengue (dessa forma, evita-se acrescentar mais mosquitos com potencial para transmitir a doença no ambiente). 

A estratégia, basicamente, é liberar grandes quantidades desses mosquitos transgênicos na “natureza” (mais especificamente, nas áreas urbanas onde a dengue é um problema), em número muito maior do que o de machos selvagens, de forma que os transgênicos estéreis tenham uma probabilidade muito maior de copular com as fêmeas daquela população e, assim, a reprodução da espécie seja suprimida. Os mosquitos transgênicos sobrevivem apenas de 2 a 4 dias na natureza, de modo que a população de mosquitos é aumentada apenas temporariamente após a liberação. Os mosquitos machos não picam pessoas, e a modificação genética não é transmitida para as fêmeas na cópula.

Fonte: Estadão. 


Postado por EVANDRO MARQUES no(a) domingo, 20 de abril de 2014 às 16:23. Categoria: . Você pode acompanhar quaisquer respostas a esta postagem através do RSS 2.0. Fique à vontade para deixar um comentário.

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